Quando se fala em estimulação no berçário, falamos em incentivar a criança para que ela possa ficar a vontade com o ambiente, para que ela conheça as possibilidades do ambiente, fique a vontade com o próprio corpo e conheça as possibilidades do seu corpo e os seus limites; que ela possa explorar o ambiente, o seu corpo e as pessoas.
Existe um paradigma que com isso pode hiper-estimular ou super-estimular uma criança, mas esse pensamento precisa ser eliminado, pois, o objetivo de estimular uma criança é de ajudar no passo a passo do seu desenvolvimento, sem pular etapas; é dar oportunidade para a criança explorar, aprender e se desenvolver.
É extremamente importante que a criança passe por todas as fases de desenvolvimento, sem pular nenhuma delas, e você professora, irá ajudá-la a passar por essas fases, incentivando e estimulando.
Estimulação individual e em grupo
Existem duas possibilidades de fazer uma estimulação, pode ser de forma individual ou em grupo.
- Estimulação individual: é quando o professor estimula somente um aluno
- Estimulação em grupo: quando o professor estimula o grupo como um todo
Para o professor fazer a estimulação individual, é necessário que tenham outras pessoas no ambiente para ajudar, seja outra professora, auxiliar ou coordenadora.
Embora a professora esteja estimulando somente uma criança, as outras crianças que estão em volta também podem interagir de uma forma passiva, pois elas estarão olhando e observando o que está acontecendo. Você pode conversar com os alunos ao redor:“ Olha, a criança está na bola… agora ela vai rolar…”
Estimulação individual
A estimulação individual é bastante usada na fase B1 para as crianças de 0 a 12 meses.
Os principais instrumentos utilizados para a estimulação são o rolo e a bola de pilates.
Você precisa entender as necessidades da criança para fazer o exercício de acordo com a necessidade e com segurança.
Estimulação em grupo
A estimulação em grupo acontece quando todas as crianças estão fazendo a mesma atividade ao mesmo tempo.
Apesar de as crianças estarem fazendo a mesma atividade, a estimulação vai ser diferente para cada criança, de acordo com sua idade, seu conhecimento e seu desenvolvimento.
Para facilitar o entendimento, vou citar como exemplo, uma atividade com copos e palitos coloridos. Nessa atividade as crianças devem pegar os palitos e colocarem dentro do copo. As crianças menores irão apenas colocar os palitos dentro do copo, de qualquer maneira. Para as crianças maiores, você pode estimulá-las a colocar o palito de determinada cor no copo com cor igual. Ou seja, para as crianças que são maiores ou já têm mais conhecimento, você também irá exigir mais.
Quais os materiais que devem ser utilizados para a estimulação
Existe uma gama de materiais que podem ser utilizados para a estimulação da criança e isso vai depender muito da realidade de cada escola. Independente se a escola tem ou não condições para adquirir, existem muitas possibilidades.
Existem 3 tipos de materiais: estruturados, construídos e não estruturados. Vou explicar cada um deles:
- Materiais estruturados: são os brinquedos que são comprados prontos, como, por exemplo, o rolo e a bola de pilates.
- Materiais construídos: são os materiais que você cria, como, por exemplo, cortar o formato de duas mãos e dois pés em EVA. Com esse material é possível estimular a criança a encaixar cada mãozinha na respectiva mãozinha de EVA. No começo as crianças vão colocar sua mãozinha em qualquer recorte de EVA. Com o tempo, a criança vai perceber que a mão dela não encaixa com qualquer mão do EVA. Apesar de não conseguir entender que é direita ou esquerda, elas já começam a formar o conceito.
- Materiais não estruturados: são utilizados materiais reciclados, como, por exemplo, cartela de ovo, palito de picolé, canudos, pote de margarina, rolos de papel higiênico ou toalha, etc.
Independente do tipo de material utilizado, o objetivo é que a criança possa explorar e aprender por meio desta exploração. A criança vai começar a descobrir novas possibilidades e ela mesma vai descobrir que existem diferentes maneiras de brincar com aquilo. Isso vai mudar de acordo com a idade, o desenvolvimento e a maturidade da criança.
Existem milhares de materiais que podem ser utilizados, mas são basicamente essas três categorias as mais utilizadas.
Qual material usar no Berçário
Para saber qual o tipo de material será utilizado, primeiro você precisa saber e entender a necessidade de cada criança, só assim você poderá compreender qual o tipo de material a criança irá aproveitar mais.
Um fator importante para você entender a necessidade de uma criança, é saber qual a idade dela. Se você tem uma turma com muitas crianças, você deve saber exatamente a idade de cada uma das crianças. Para isso você deve utilizar o Quadro das Idades. Se você não conhece o Quadro das Idades, você pode consultar aqui no Blog Bebê Ativo.
Vale lembrar, que independente dos materiais, o seu trabalho tem que estar sempre baseado na BNCC, e atender os 5 Campos de Experiências, além de dar a oportunidade da criança desenvolver garantindo os 6 Direitos de Aprendizagem.
Sugestões de Estimulação
Para citar algumas sugestões de estimulação, vou dividir entre bebês que não andam, bebês que engatinham e os bebês que começam a andar.
- Bebês que não andam: você precisa saber qual é a fase que o bebê se encontra (a criança só sustenta a cabeça ou senta sem apoio).
A primeira fase da criança é sustentar a cabeça e começar a fortalecer a musculatura. Desde essa fase você já pode utilizar o rolo com a criança. Você irá rolar a criança de um lado para o outro, devagar, segurando pelo bumbum ou pelas costas. Você pode colocar um brinquedo na frente da criança e provavelmente a criança irá querer pegar o brinquedo. Se for um desses brinquedos com luzes e som a criança vai ficar mais atraída.
Depois você pode fazer também atividades com a bola de pilates.
Nessa fase, também pode ser utilizado um móbile para estimular as crianças. Pode ser um móbile comprado ou construído com bambolê, fitas de cetim, garrafas plásticas, etc.
- Bebês que engatinham: as crianças costumam repetir o que veem, porém, ela não vê ninguém engatinhando, então ela tem que ser estimulada a engatinhar. Uma sugestão é colocar plástico bolha no chão para ela engatinhar. Coloque caixas de sapato, caixas grandonas, todo tipo de caixas e deixa a criança descobrir dentro e fora da caixa.
A criança depende do meio para se desenvolver, então se você, por exemplo, colocar um brinquedo longe da criança, ela vai querer pegar esse brinquedo, então ela vai se esforçar cada vez mais para chegar lá e pegar o brinquedo.
- Bebês que começam a andar: quando o bebê começa a dar sinais de que quer andar, você precisa estimular da maneira correta para que a criança se sinta segura e encorajada. Uma maneira de fazer isso é com um cabo de vassoura. Para isso você precisa da ajuda de outra pessoa. As duas pessoas seguram nas pontas do cabo e os bebês, que já devem conseguir ficar em pé só, segurando no cabo da vassoura. Neste caso podem ser colocadas várias crianças ao mesmo tempo.
Essa mesma atividade pode ser feita individualmente e com um bambolê. Você segura o bambolê em cima e coloca a criança para segurar em baixo. Você pode dar alguns passinhos com a criança.
Todas as atividades citadas incentivam as crianças e fazem elas saírem da zona de conforto. Qualquer uma dessas atividades, além de trabalhar a parte física, também trabalha a parte cognitiva, porque o tempo todo você está propondo desafios para a criança e ela precisa pensar e descobrir novas possibilidades.
Se você gostou dessas dicas, aqui no site do Bebê Ativo tem algumas atividades que você pode baixar gratuitamente. Também tem um e-Book pago com muitas atividades e ilustrações que você pode adquirir e expandir o seu conhecimento sobre atividades para bebês.
Se você quiser se aprofundar mais em como realizar a estimulação no berçário, você pode acessar a “live” completa sobre o assunto que está disponível no Facebook e no Youtube do Bebê Ativo.
Lembre-se sempre: faça o melhor que você pode com o que você tem!
Beijo
Vivian Mazzeo